Capítulo 8 - Uma entrada poderosa
Como era possível? Eu
acabara de entregar minha vida ao Senhor e lutava para conseguir viver de modo
cristão.
Quando penso no que está
acontecendo comigo hoje, parece impossível. Em fevereiro de 1972, depois de
minha experiência de um “novo nascimento”, eu sabia que meu coração tinha sido
purificado, mas dificuldades que enfrentava pareciam insuperáveis.
Havia conflitos em casa,
indecisão sobre o meu futuro e uma auto-imagem tão lá em baixo quanto o chão
sob os meus pés.
Oh, como lutava com a
minha vida! Era às vezes difícil dar todo o meu amor ao Senhor. Eu tinha tantos
assuntos urgentes. Depois, duas semanas mais tarde, fui enchido com o Espírito.
Esperei o céu na terra a partir daquele momento, mas isso não aconteceu.
Meus problemas diários
continuaram.
Houve certamente ocasiões
de grande alegria e exultação e eu não teria minha experiência espiritual por
todo o petróleo da Arábia Saudita. Mas, bem lá no fundo, havia uma indagação
inquietante que me perseguia mês após mês: – Será que é só isso? – me
perguntava. A pergunta não ia embora: – Será que o Senhor não tem mais alguma
coisa para mim?
A seguir, numa noite fria
de dezembro, quase dois anos depois de encontrar a Cristo, aconteceu. O
Espírito Santo fez uma entrada poderosa em meu quarto enquanto me achava no
leito, na cidade de Toronto. Era como se fosse um choque elétrico e um cobertor
quente ao mesmo tempo.
Levei apenas alguns
segundos para compreender o significado do que ocorra. Minha luta terminara. Eu
tinha encontrado a simplicidade da vida cristã – um relacionamento pessoal com
o Espírito Santo.
Meu coração continua
ainda hoje inquieto por uma razão muito diferente. Sinto-me angustiado porque
milhares de cristãos jamais receberam sequer um dedal do que Deus tem em
depósito para eles. Então perdendo a melhor parte. E jamais saberão quão
maravilhoso pode ser o andar com Cristo, até que descubram a terceira pessoa da
Trindade. Ele é aquele que nos ajuda a lutar.
Acabou-se a luta
No momento em que o
Espírito entrou na minha vida, eu não tive mais de lutar com meus adversários.
Eles continuavam ali, mas o esforço e a preocupação parecem que sumiram. O que
me aconteceu foi o mesmo dito a Israel séculos atrás através do profeta
Ezequiel. Vivendo numa época de conturbação política, o Senhor lhe disse: “Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro de
vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de
carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.26-27).
O problema continua existindo
hoje! Milhares de pessoas lutam diariamente para guardar as leis de Deus e
estão perdendo a guerra porque não compreendem o plano de batalha do Pai. Sua
estratégia não poderia ser mais sucinta: “Porei
em vós o meu espírito”, diz o Senhor. Qual a razão disso? Ele que fazer com
que você, do mais íntimo do seu coração, siga os seus estatutos. Ele quer
facilitar a observação das Suas leis.
Você acha difícil cumprir
os mandamentos de Deus? Não pense que está sozinho. É absolutamente impossível
conseguir isso pelo seu próprio esforço, e Deus não espera que o faça. Você
precisa de ajuda! Mas a quem dirigir-se? Deus Pai está no céu e também Deus
Filho. Você precisa de um amigo aqui e agora, e a pessoa da Trindade que habita
na terra é o Espírito Santo. É a Ele que você precisa desesperadamente
conhecer.
Se fizesse uma pesquisa e
perguntasse às pessoas o que elas desejam mais de Deus, a resposta
provavelmente seria – Quero que Deus se agrade de mim. – E foi isso que o
Senhor prometeu ao profeta Ezequiel: “Já
não esconderei deles o meu rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa
de Israel” (Ez 39.29).
Desde o momento em que o
Espírito Santo se torna parte de sua vida. Deus começa a olhar em sua direção.
Seu rosto começará a brilhar sobre você. O grande desejo do Pai é que você O
receba, fique cheio d’Ele, e tenha comunhão com Ele. Isso o torna feliz.
Comece a ler o livro de
Atos e tomará conhecimento do plano de Deus. Os apóstolos tinham um grandioso
relacionamento com o Espírito Santo e a evidência se encontra registrada em
cada página. Mas talvez mais inspirador seja o fato que os “atos” continuam a
acontecer ainda hoje. Se as obras milagrosas do Espírito Santo fossem todas
registradas, não haveria uma biblioteca suficientemente grande para conter
todos os volumes.
O que transpirou no
Cenáculo não deveria ter sido surpresa. Antes de Sua ascensão, Jesus disse a
seus seguidores que não saíssem de Jerusalém, mas esperassem pelo dom prometido
pelo Pai, “O qual, disse Ele, de mim ouvistes. Porque João na verdade,
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito
depois destes dias” (At 1.4-5).
Cristo descreveu até como
seria essa experiência e com ela mudaria as suas vidas.
“Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e
sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria,
e até aos confins da terra” (v.8).
A chegada do Espírito
Um vento Impetuoso
A vinda do Espírito Santo
foi tão real quanto a chegada de Jesus à terra. Da mesma forma que os profetas predisseram
o Messias, eles prognosticaram a vinda do Espírito.
Centenas de anos antes de
Cristo, Deus disse ao profeta Joel:
“E acontecerá que derramarei do meu Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão e
vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o
meu Espírito naqueles dias”. (Joel 2.29-29).
O Espírito Santo veio. E
como foi triunfal a Sua entrada! O som de um vento poderoso. Línguas como de
fogo. Uma demonstração do poder de Deus. Sua chegada à terra foi
verdadeiramente espetacular!
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos
no mesmo lugar; de repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram distribuídas entre
eles, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram
cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o
Espírito lhes concedia que falassem” (Atos 2.1-4).
A profecia de Isaías
cumpriu-se exatamente: “Pelo que por
lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor...” (Is 28.11).
Quando Jesus nasceu, o
momento foi marcado por paz e silêncio. Era uma linda noite em Belém, tão clara
que os pastores seguiram a estrela até a manjedoura. Que contraste com o ruído
poderoso que acompanhou a chegada do Espírito Santo. Ele criou tal clamor em
Jerusalém que “afluiu a multidão, que se
possuiu de perplexidade” (At. 2.6).
Eu costumava pensar que a
frase “quando se fez ouvir aquela voz” significava que alguém percorreu a
cidade dizendo: “Vem ver o que está acontecendo!” Mas, não é isso. O ruído foi
literalmente ouvido na cidade inteira. “Ora,
estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações
debaixo do céu” (v.5). Pode imaginar o que eles devem ter pensado?
A palavra diz que, ao
ouvirem este som, eles correram para a cena do mesmo, atônitos, “porquanto cada um os ouvia falar sua
própria língua” (v.6).
Perplexos, eles
perguntaram. “Não são porventura galileus
todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa
própria língua materna?” (vv.7-8).
Quando os ouviram
declarar as grandezas de Deus em suas próprias línguas, perguntaram uns aos
outros: “Que quer isto dizer?” (v.12).
Por que 120?
Sua vinda poderosa não
foi programada para um templo feito de pedra. Em vez disso, o Espírito Santo
desceu sobre os 130 crentes que se tornaram o novo templo de Deus.
Você lembra que, ao
terminar o seu templo, Salomão tinha “cento
e vinte sacerdotes, que tocavam a trombetas?” (2 Cr 5.12). A escritura
registra que “então sucedeu que a casa do
Senhor se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar
ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa
de Deus” (vv. 13-14).
Isso aconteceu de novo no
Cenáculo. Cento e vinte fiéis se reuniram e o Espírito de Deus encheu o templo.
Por que 120? É o número do término da era da carne e do início da era do
Espírito. Em Gênesis, onde Nóe levou 120 anos para construir a Arca, a era da carne
terminou. Deus disse, “O meu espírito não
agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e
vinte anos” (Gn 6.3).
Foi precisamente com este
propósito que o Senhor reuniu 120 pessoas no Pentecostes, a fim de que Deus o
Espírito Santo pudesse ser solto entre as nações. Isso marcou o início da era
do Espírito.
Os observadores não
conseguiam compreender o que estava ocorrendo. Alguns zombaram, dizendo: “Estão embriagados!” (At 2.13). Então se
levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu nestes termos: “Varões judeus e todos os habitantes de
Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentei nas minhas palavras. Estes homens
não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia.
Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel “(v. 14-16)”.
Os 120 estavam tão cheios
do Espírito que não podiam ficar de pé sozinhos. O Espírito era tão poderoso
que passou a controlar os atos dos crentes. Ele operou mudando sua maneira de
falar, suas emoções, e o seu comportamento. O que Jerusalém testemunhou não foi
embriaguez, mas a incrível alegria que se manifesta quando o Espírito toma o
controle. Eu já fui também acusado de certas coisas.
Que transformação no
íntimo de Pedro. Ela trouxe à luz o “pregador” que havia nele, “levantou a voz”
e discursou com intrepidez para a multidão. Quem você pensa que lhe deu as
palavras? A mensagem cativante era do Espírito Santo. “Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra,
mas, sobretudo em poder no Espírito Santo” (1Ts 1.5). Lembre-se, a palavra
diz que o Espírito “trabalhava com eles”. É Ele quem faz a obra.
Veja agora o que
aconteceu repentinamente no livro de Atos. O Espírito Santo dá enorme
autoridade aos que o recebem. Pedro e João estavam subindo para o templo às
três da tarde, quando “era levado um
homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo, chamada
Formosa, para pedir esmola aos que entravam”. (At. 3.2).
“Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para
nós”. (v.4). É
maravilhoso alguém completamente entregue ao Espírito Santo. Pedro estava cheio
de uma firmeza e poder que nunca tivera antes, ao olhar profundamente para a
alma do pobre homem – através dos olhos d’Ele.
O mendigo sabia que Pedro
e João não brincavam. Os apóstolos estavam investidos de uma coragem santa.
Quando Pedro disse: “Olha para nós”,
o homem imediatamente os olhava atentamente, esperando alguma coisa (v.5).
A seguir Pedro disse: “Não possuo nem ouro nem prata, mas o que tenho,
isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! (v.5). Ele tomou a mão
direita do homem e ajudou –o a levantar-se.
Instantaneamente os pés e tornozelos do homem se firmaram. De um salto,
se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a
Deus” (vv.7-8)”.
Você pode imaginar a
consternação no templo? O mendigo fez uma entrada triunfal!
Eles o reconheceram na
mesma hora e “se encheram de admiração e
assombro, por isso que lhe acontecera”. (v.10).
Não foi uma experiência
de “ontem”.
O poder e autoridade que
os apóstolos receberam começaram a tocar as vidas em toda a parte. O ministério
deles foi seguido de “sinais e prodígios
... entre o povo”. (At 5.12). E qual o resultado disso? “Crescia mais e mais a multidão de crentes,
tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor”. (v.14). Os sinais que se
seguiram à vinda do Espírito Santo levavam as pessoas diretamente a Cristo.
Esse é um fato importante a ser lembrado.
O que aconteceu no
Cenáculo não foi uma experiência única; nem uma nota de rodapé da história. Os
crentes cheios do Espírito estabeleceram uma relação contínua com o Espírito
Santo. Eles continuaram a ser enchidos. Quando Pedro foi chamado diante do
Sinédrio por causa da cura do mendigo, eles perguntaram: “Com que poder, ou em nome de quem fizeste isso?” Pedro estava “cheio do Espírito Santo” quando falou (At.
4.7-8). Não em tempo passado, mas sim presente. “Cheio” descreve o apóstolo
naquele exato momento.
Repetidamente na
Escritura, quando os seguidores de Cristo são descritos como “cheios do
Espírito”, a referência é uma nova plenitude, e não digo que aconteceu ontem ou
no mês anterior.
Pedro estava tão cheio do
Espírito no templo, que teve autoridade sobre os críticos.
Cheio de coragem, ele
disse: “Autoridades do povo e anciãos:
Visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem
enfermo e do modo por que foi curado, tomai conhecimento e todo o povo de
Israel de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e
a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em Seu nome é que está curado
perante vós” (At. 4.8-10).
Você compreende que o
poder do Espírito pode enchê-lo de tal forma que não precisará temer quem quer
que seja? É possível estabelecer tal comunhão com Ele que nem mesmo a
necessidade de dirigir-se ao presidente de um país iria causar apreensão. O
Espírito levantará sua cabeça, endireitará os seus ombros, e colocará em você
uma confiança inesperada.
Quando viajei para Roma,
para encontrar o papa no Vaticano, pensei que ficaria nervoso. Mas, isso não
aconteceu, porque eu estava completamente absorvido em meu assunto. E senti
entre os líderes do Vaticano um desejo pelas coisas espirituais.
Pedro, o poderoso
Pedro estava enfrentando
mais que os sacerdotes do templo. Ele, na verdade, confrontava o governo de
Israel. De fato, na noite que aconteceu o seu discurso aos sacerdotes, ele e
João foram postos na prisão.
Mas, ao falar, suas
palavras foram cortantes. Ele lhes disse que o Senhor era a “pedra rejeitada por vós, os construtores, a
qual se tornou pedra angular”. Essa foi uma citação direta do Salmo 118.22.
Seria esse mesmo Pedro
que, semanas antes, naquele mesmo lugar, diante das mesmas pessoas, se
acovardara com as palavras da criada e negara ao seu Mestre? Ali estava agora, cheio
do Espírito. Em completo destemor, desafiando os assassinos de Jesus.
Ele não era mais Pedro, o
fraco. Mas Pedro, o poderoso. Que mudança o Espírito fizera!
Tão grande foi essa
comunhão com o Espírito Santo, que Pedro desafiou diretamente a Ananias. Ele
disse: “Ananias, por que encheu Satanás o
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?” (At 5.3). As palavras
de Pedro e os atos de Deus foram tão poderosos que sobreveio “grande temor a todos os ouvintes” (v.5).
Sua proximidade
Posso contar-lhe por
experiência própria que chega a um ponto onde a comunhão com o Espírito
torna-se tão real, tão profunda e tão grande que suas palavras e atos se
conformam às palavras e atos d’Ele. Quando você sabe, por exemplo, que Ele foi
entristecido, você fala corajosamente a favor d’Ele, sabendo que Ele está
fluindo através de você nesse exato momento. Você estará tão próximo d’Ele que
sentirá que Ele está respondendo ao que você disse.
Acredito que está
chegando o dia em que os homens e mulheres de Deus ficarão tão perto do
Espírito que irão testemunhar muito mais do que curas e milagres.
Testemunharemos o
Espírito quando Ele afugentar aqueles que ousarem enfrentá-lo.
Nunca se esqueça de
Ananias. Ele “caiu e expirou” (At. 5.5).
E nunca se esqueça de Geazi. Ele mentiu para Eliseu a respeito dos presentes
que Naamã levara. Naamã foi curado, mas o Espírito levou Eliseu a dizer “A lepra de Naamã se apegará a ti e à tua
descendência para sempre” (2 Rs 5.27). E foi exatamente o que aconteceu.
Jesus fez uma poderosa
declaração quando disse: “Assim como o
Pai me enviou, Eu também vos envio. E havendo dito isto, soprou sobre eles, e
disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados,
são-lhe perdoados: se lhos retiverdes, são retidos” (João 20.21-23). Este
conceito deve ter exigido muita reflexão por parte dos apóstolos.
O rosto de um anjo
Pedro era tão íntimo do
Espírito que disse a seus acusadores: “Ora,
nós somos testemunhas destes fatos e bem assim, o Espírito Santo, que Deus
outorgou aos que lhe obedecem”. (At 5.32).
O Espírito Santo possuiu
de tal forma a Estevão que, ao ser levado perante os sacerdotes, “Todos os que estavam assentados no
Sinédrio, fitando os olhos em Estevão, viram o seu rosto como se fosse rosto de
anjo” (At 6.15). Mas, e as palavras que proferiu?
“Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de
ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim como fizeram vossos pais,
também vós o fazeis” (At 7.51). Por que ele disse isso? Em vista do que estava cheio: “Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou
os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita” (v.
55)”.
A presença do Espírito
tornou-se tão poderoso na vida de Estevão que ele pôde levantar os olhos e ver
a glória de Deus. Ele assumiu até as emoções e atributos do Espírito quando
estava sendo apedrejado.
Estevão disse: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (At
7.60). Você pode imaginar esse tipo de reação? Ele não disse a Deus:
- Julgai-os. Matai-os. – O Espírito Santo fez a diferença.
Estou convencido de que
há um ponto em seu relacionamento com o Espírito quando a unção se tornar tão
pesada sobre você – Sua presença tão próxima de você – que você pode levantar
os olhos e ter uma visão de Deus. A realidade d’Ele chega a esse ponto.
Durante a sua dramática
conversão, Saulo teve uma experiência pessoal com o tremendo poder do Espírito
Santo. Quando seguia para Damasco, respirando ameaças e morte contra os
seguidores de Cristo, “subitamente uma
luz do céu brilhou ao seu redor, e caindo por terra, ouviu uma voz que lhe
dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? (At 9.3-4)”.
Ele estava trêmulo e
atônito. “Quem és tu, Senhor?” (v.5)
perguntou Saulo. “Eu sou Jesus, a quem tu
persegues; mas, levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém
fazer” (At 9.5-6). Os homens que viajavam com Saulo ficaram pasmos e sem
fala.
Depois dessa experiência,
Saulo ficou cego por três dias até que Deus o curasse e ele fosse “cheio do Espírito Santo” (v. 17).
O Espírito fez novamente
uma entrada triunfal. Ele transformou Saulo, o inimigo, em Paulo, o apóstolo.
De fato, o efeito fez-se sentir em toda a terra. “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria,
edificando-se e caminhando no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo,
crescia em número” (At. 9.31).
Fico pensando no que
aconteceria se todo ministro na terra caísse prostrado e buscasse uma relação
pessoal com o Espírito Santo. Acredito que isso revolucionaria de tal forma a
igreja que os santuários não conseguiriam acomodar os fiéis.
Graças a Deus pelos
pastores que estão “vivos” no Espírito, Mas ouvi falar de alguns ministros que,
para ser honesto, serviriam melhor como agentes funerários! Uma comunhão
constante com o Espírito faz a diferença. As pessoas estão buscando uma realidade
que só o Espírito Santo torna possível.
Ele nunca deixa de trabalhar
A partir do Pentecostes,
o Espírito começou sua obra na terra e jamais parou.
Nunca! É incrível como
Ele interferiu na vida de Pedro.
Quando este orava num
eirado, Deus lhe deu uma visão e, “Enquanto
meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito: Estão aí três homens que
te procuram; levanta-te, pois, desce e vai com ele nada duvidando, porque eu os
enviei” (At 10.19-20).
Os três mensageiros
haviam sido enviados por um homem temente a Deus, Cornélio, centurião do
regimento romano. Ele também teve uma visão: “Observou claramente ... um anjo de Deus que se aproximou dele e lhe
disse ... Agora envia mensageiros a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por
sobrenome Pedro” (At 10.3,5).
Mas, não era o anjo que
falava. Era o Espírito Santo, falando através do anjo. Você lembra?
O Espírito disse: “Eu os enviei” (vv. 19-20).
O Espírito Santo é uma
pessoa ativa. Ele jamais pára de trabalhar. Ele enviará um anjo a você se é
disso que precisa. O que acontece na terra é obra do Espírito. Ele é o
representante do Pai e do Filho.
Pedro pregou na casa de
Cornélio a morte, sepultamento e a ressurreição de Cristo.
“Ainda Pedro falava estas cousas quando caiu o Espírito Santo
sobre todos os que ouviam a palavra” (At 10.4).
Os crentes em sua companhia “admiraram-se,
porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os
ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus” (vv. 45-46). Jamais esqueça que a palavra vem em primeiro
lugar.
A mensagem de Cristo tem
preeminência. O evangelho é o fundamento para tudo que Deus Espírito Santo foi
enviado a fazer.
O Espírito se interessa
pela sua vida, até mesmo pelo seu futuro. Ele quer guiar, proteger e até
advertir a você do que o espera. Você pergunta: – O Espírito Santo pode
profetizar sobre as coisas que virão? Veja o que aconteceu quando Barnabé foi
para a grande cidade de Antioquia. Mais de meio milhão de pessoas vivia ali, na
época. Barnabé e Saulo pregaram durante um ano inteiro a um número enorme de
pessoas naquela igreja que crescia com grande celeridade.
Naqueles dias desceram
alguns profetas de Jerusalém para Antioquia e, apresentando-se um deles,
chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome
por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio. Os discípulos, cada um
conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na
Judéia (At 11.27-29).
O Espírito Santo
participava então de perto da sua vida diária. Ele revelou uma seca iminente e
permitiu assim que se preparassem para ela. O Espírito é uma pessoa e Ele se
preocupa profundamente com as pessoas. Ele sabe o que está acontecendo em sua
vida e tem grande interesse por você.
O espírito e o Feiticeiro
Não está na hora de você
permitir que o Espírito dirija seus passos? Por que tentar planejar seu próprio
curso quando Ele conhece cada centímetro da estrada à sua frente, cada curva
perigosa, cada buraco. Foi isso que os cristãos de Antioquia aprenderam: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando,
disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que
os tenho chamado” (At 13.2). Eles responderam imediatamente:
“Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e
dali, navegaram para Chipre” (v.4).
Os discípulos estavam
fazendo a obra do Pai, mas quem os enviou? Eles receberam instruções diretas do
Espírito e durante a sua jornada o Espírito não deixou de trabalhar. Ele até
lhes deu poder sobre um falso profeta.
Elimas era um feiticeiro
e mágico judeu. Ele tentou sustar o que o poder de Deus estava operando em
Chipre. “Todavia Saulo, também chamado
Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos disse: Ó filho do diabo,
cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não
cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?” (At 13.9-10).
Que acusação! De fato, o
Espírito era tão forte em Paulo que ele informou ao feiticeiro que ficaria
cego. E ficou mesmo. Mas, como resultado direto, as pessoas começaram a se
voltar para Cristo. “Os discípulos, porém
transbordavam de alegria e do Espírito Santo” (v 52).
Você pergunta: – Devo
deixar que o Espírito Santo tome todas as decisões? Afinal de contas, Deus não
me deu a capacidade de raciocinar? – É claro que deu. Mas o que faz sentido
para você deve fazer também para o Espírito. O conselho da igreja de Jerusalém
escreveu: “Pois, pareceu bem ao Espírito
Santo e a nós...” (At 15.28).
O Espírito Santo irá
confirmar quando as coisas estiverem certas, e você saberá qual a direção a
tomar.
A mensagem e o mensageiro
Se o Espírito era tão
necessário para Cristo, Ele deveria ser igualmente importante para você. Jesus
nasceu do Espírito, foi ungido pelo Espírito, expulsou demônios pelo Espírito,
recebeu sua plenitude pelo Espírito e operou milagres pelo Espírito. Foi pelo
Espírito que Ele ensinou, deu ordens, capacitou e governou a igreja,
ofereceu-se a Si mesmo na cruz, e foi ressuscitado.
“Muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a
si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras
mortas para servimos ao Deus vivo!” (Hb 9.14). O mesmo Espírito que mostrou-se essencial para a
obra terrena de Cristo é necessário para você. Ele é indispensável.
A sua experiência de
salvação está alicerçada em Cristo, na cruz e em sua confissão.
Mas, como você recebeu a
realidade da sua regeneração? Como soube que seu coração tinha sido purificado?
Isso, meu amigo, é obra do Espírito Santo. É o Espírito do Senhor que coloca a
mensagem em sua alma. Não é possível encontrar palavras adequadas para
descrever ou explicar isso, mas você sabe que é algo tão válido quanto a
própria vida.
Se essa realidade é tão
forte, tão profunda e tão pessoal, então quão real é aquele que proporciona?
Essa é uma pergunta importante. Quão real deve ser o mensageiro já que a
mensagem é assim tão real?
O Espírito Santo anseia
por um relacionamento pessoal diário e contínuo com você.
Ele quer fazer uma
entrada – uma entrada triunfal – em sua vida.
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