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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Capítulo 8 - Uma entrada poderosa


Capítulo 8 - Uma entrada poderosa


Como era possível? Eu acabara de entregar minha vida ao Senhor e lutava para conseguir viver de modo cristão.
Quando penso no que está acontecendo comigo hoje, parece impossível. Em fevereiro de 1972, depois de minha experiência de um “novo nascimento”, eu sabia que meu coração tinha sido purificado, mas dificuldades que enfrentava pareciam insuperáveis.
Havia conflitos em casa, indecisão sobre o meu futuro e uma auto-imagem tão lá em baixo quanto o chão sob os meus pés.
Oh, como lutava com a minha vida! Era às vezes difícil dar todo o meu amor ao Senhor. Eu tinha tantos assuntos urgentes. Depois, duas semanas mais tarde, fui enchido com o Espírito. Esperei o céu na terra a partir daquele momento, mas isso não aconteceu.
Meus problemas diários continuaram.
Houve certamente ocasiões de grande alegria e exultação e eu não teria minha experiência espiritual por todo o petróleo da Arábia Saudita. Mas, bem lá no fundo, havia uma indagação inquietante que me perseguia mês após mês: – Será que é só isso? – me perguntava. A pergunta não ia embora: – Será que o Senhor não tem mais alguma coisa para mim?
A seguir, numa noite fria de dezembro, quase dois anos depois de encontrar a Cristo, aconteceu. O Espírito Santo fez uma entrada poderosa em meu quarto enquanto me achava no leito, na cidade de Toronto. Era como se fosse um choque elétrico e um cobertor quente ao mesmo tempo.
Levei apenas alguns segundos para compreender o significado do que ocorra. Minha luta terminara. Eu tinha encontrado a simplicidade da vida cristã – um relacionamento pessoal com o Espírito Santo.
Meu coração continua ainda hoje inquieto por uma razão muito diferente. Sinto-me angustiado porque milhares de cristãos jamais receberam sequer um dedal do que Deus tem em depósito para eles. Então perdendo a melhor parte. E jamais saberão quão maravilhoso pode ser o andar com Cristo, até que descubram a terceira pessoa da Trindade. Ele é aquele que nos ajuda a lutar.

Acabou-se a luta

No momento em que o Espírito entrou na minha vida, eu não tive mais de lutar com meus adversários. Eles continuavam ali, mas o esforço e a preocupação parecem que sumiram. O que me aconteceu foi o mesmo dito a Israel séculos atrás através do profeta Ezequiel. Vivendo numa época de conturbação política, o Senhor lhe disse: “Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.26-27).
O problema continua existindo hoje! Milhares de pessoas lutam diariamente para guardar as leis de Deus e estão perdendo a guerra porque não compreendem o plano de batalha do Pai. Sua estratégia não poderia ser mais sucinta: “Porei em vós o meu espírito”, diz o Senhor. Qual a razão disso? Ele que fazer com que você, do mais íntimo do seu coração, siga os seus estatutos. Ele quer facilitar a observação das Suas leis.
Você acha difícil cumprir os mandamentos de Deus? Não pense que está sozinho. É absolutamente impossível conseguir isso pelo seu próprio esforço, e Deus não espera que o faça. Você precisa de ajuda! Mas a quem dirigir-se? Deus Pai está no céu e também Deus Filho. Você precisa de um amigo aqui e agora, e a pessoa da Trindade que habita na terra é o Espírito Santo. É a Ele que você precisa desesperadamente conhecer.
Se fizesse uma pesquisa e perguntasse às pessoas o que elas desejam mais de Deus, a resposta provavelmente seria – Quero que Deus se agrade de mim. – E foi isso que o Senhor prometeu ao profeta Ezequiel: “Já não esconderei deles o meu rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel” (Ez 39.29).
Desde o momento em que o Espírito Santo se torna parte de sua vida. Deus começa a olhar em sua direção. Seu rosto começará a brilhar sobre você. O grande desejo do Pai é que você O receba, fique cheio d’Ele, e tenha comunhão com Ele. Isso o torna feliz.
Comece a ler o livro de Atos e tomará conhecimento do plano de Deus. Os apóstolos tinham um grandioso relacionamento com o Espírito Santo e a evidência se encontra registrada em cada página. Mas talvez mais inspirador seja o fato que os “atos” continuam a acontecer ainda hoje. Se as obras milagrosas do Espírito Santo fossem todas registradas, não haveria uma biblioteca suficientemente grande para conter todos os volumes.
O que transpirou no Cenáculo não deveria ter sido surpresa. Antes de Sua ascensão, Jesus disse a seus seguidores que não saíssem de Jerusalém, mas esperassem pelo dom prometido pelo Pai, “O qual, disse  Ele, de mim ouvistes. Porque João na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.4-5).
Cristo descreveu até como seria essa experiência e com ela mudaria as suas vidas.
“Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (v.8).

A chegada do Espírito

Um vento Impetuoso

A vinda do Espírito Santo foi tão real quanto a chegada de Jesus à terra. Da mesma forma que os profetas predisseram o Messias, eles prognosticaram a vinda do Espírito.
Centenas de anos antes de Cristo, Deus disse ao profeta Joel:
“E acontecerá que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias”. (Joel 2.29-29).
O Espírito Santo veio. E como foi triunfal a Sua entrada! O som de um vento poderoso. Línguas como de fogo. Uma demonstração do poder de Deus. Sua chegada à terra foi verdadeiramente espetacular!
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram distribuídas entre eles, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (Atos 2.1-4).
A profecia de Isaías cumpriu-se exatamente: “Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor...” (Is 28.11).
Quando Jesus nasceu, o momento foi marcado por paz e silêncio. Era uma linda noite em Belém, tão clara que os pastores seguiram a estrela até a manjedoura. Que contraste com o ruído poderoso que acompanhou a chegada do Espírito Santo. Ele criou tal clamor em Jerusalém que “afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade” (At. 2.6).
Eu costumava pensar que a frase “quando se fez ouvir aquela voz” significava que alguém percorreu a cidade dizendo: “Vem ver o que está acontecendo!” Mas, não é isso. O ruído foi literalmente ouvido na cidade inteira. “Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu” (v.5). Pode imaginar o que eles devem ter pensado?
A palavra diz que, ao ouvirem este som, eles correram para a cena do mesmo, atônitos, “porquanto cada um os ouvia falar sua própria língua” (v.6).
Perplexos, eles perguntaram. “Não são porventura galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?” (vv.7-8).
Quando os ouviram declarar as grandezas de Deus em suas próprias línguas, perguntaram uns aos outros: “Que quer isto dizer?” (v.12).

Por que 120?

Sua vinda poderosa não foi programada para um templo feito de pedra. Em vez disso, o Espírito Santo desceu sobre os 130 crentes que se tornaram o novo templo de Deus.
Você lembra que, ao terminar o seu templo, Salomão tinha “cento e vinte sacerdotes, que tocavam a trombetas?” (2 Cr 5.12). A escritura registra que “então sucedeu que a casa do Senhor se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus” (vv. 13-14).
Isso aconteceu de novo no Cenáculo. Cento e vinte fiéis se reuniram e o Espírito de Deus encheu o templo. Por que 120? É o número do término da era da carne e do início da era do Espírito. Em Gênesis, onde Nóe levou 120 anos para construir a Arca, a era da carne terminou. Deus disse, “O meu espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3).
Foi precisamente com este propósito que o Senhor reuniu 120 pessoas no Pentecostes, a fim de que Deus o Espírito Santo pudesse ser solto entre as nações. Isso marcou o início da era do Espírito.
Os observadores não conseguiam compreender o que estava ocorrendo. Alguns zombaram, dizendo: “Estão embriagados!” (At 2.13). Então se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu nestes termos: “Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentei nas minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel “(v. 14-16)”.
Os 120 estavam tão cheios do Espírito que não podiam ficar de pé sozinhos. O Espírito era tão poderoso que passou a controlar os atos dos crentes. Ele operou mudando sua maneira de falar, suas emoções, e o seu comportamento. O que Jerusalém testemunhou não foi embriaguez, mas a incrível alegria que se manifesta quando o Espírito toma o controle. Eu já fui também acusado de certas coisas.
Que transformação no íntimo de Pedro. Ela trouxe à luz o “pregador” que havia nele, “levantou a voz” e discursou com intrepidez para a multidão. Quem você pensa que lhe deu as palavras? A mensagem cativante era do Espírito Santo. “Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo em poder no Espírito Santo” (1Ts 1.5). Lembre-se, a palavra diz que o Espírito “trabalhava com eles”. É Ele quem faz a obra.
Veja agora o que aconteceu repentinamente no livro de Atos. O Espírito Santo dá enorme autoridade aos que o recebem. Pedro e João estavam subindo para o templo às três da tarde, quando “era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam”. (At. 3.2).
“Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós”. (v.4). É maravilhoso alguém completamente entregue ao Espírito Santo. Pedro estava cheio de uma firmeza e poder que nunca tivera antes, ao olhar profundamente para a alma do pobre homem – através dos olhos d’Ele.
O mendigo sabia que Pedro e João não brincavam. Os apóstolos estavam investidos de uma coragem santa. Quando Pedro disse: “Olha para nós”, o homem imediatamente os olhava atentamente, esperando alguma coisa (v.5).
A seguir Pedro disse: “Não possuo nem ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! (v.5). Ele tomou a mão direita do homem e ajudou –o a levantar-se.  Instantaneamente os pés e tornozelos do homem se firmaram. De um salto, se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus” (vv.7-8)”.
Você pode imaginar a consternação no templo? O mendigo fez uma entrada triunfal!
Eles o reconheceram na mesma hora e “se encheram de admiração e assombro, por isso que lhe acontecera”. (v.10).
Não foi uma experiência de “ontem”.
O poder e autoridade que os apóstolos receberam começaram a tocar as vidas em toda a parte. O ministério deles foi seguido de “sinais e prodígios ... entre o povo”. (At 5.12). E qual o resultado disso? “Crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor”. (v.14). Os sinais que se seguiram à vinda do Espírito Santo levavam as pessoas diretamente a Cristo. Esse é um fato importante a ser lembrado.
O que aconteceu no Cenáculo não foi uma experiência única; nem uma nota de rodapé da história. Os crentes cheios do Espírito estabeleceram uma relação contínua com o Espírito Santo. Eles continuaram a ser enchidos. Quando Pedro foi chamado diante do Sinédrio por causa da cura do mendigo, eles perguntaram: “Com que poder, ou em nome de quem fizeste isso?” Pedro estava “cheio do Espírito Santo” quando falou (At. 4.7-8). Não em tempo passado, mas sim presente. “Cheio” descreve o apóstolo naquele exato momento.
Repetidamente na Escritura, quando os seguidores de Cristo são descritos como “cheios do Espírito”, a referência é uma nova plenitude, e não digo que aconteceu ontem ou no mês anterior.
Pedro estava tão cheio do Espírito no templo, que teve autoridade sobre os críticos.
Cheio de coragem, ele disse: “Autoridades do povo e anciãos: Visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, tomai conhecimento e todo o povo de Israel de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em Seu nome é que está curado perante vós” (At. 4.8-10).
Você compreende que o poder do Espírito pode enchê-lo de tal forma que não precisará temer quem quer que seja? É possível estabelecer tal comunhão com Ele que nem mesmo a necessidade de dirigir-se ao presidente de um país iria causar apreensão. O Espírito levantará sua cabeça, endireitará os seus ombros, e colocará em você uma confiança inesperada.
Quando viajei para Roma, para encontrar o papa no Vaticano, pensei que ficaria nervoso. Mas, isso não aconteceu, porque eu estava completamente absorvido em meu assunto. E senti entre os líderes do Vaticano um desejo pelas coisas espirituais.

Pedro, o poderoso

Pedro estava enfrentando mais que os sacerdotes do templo. Ele, na verdade, confrontava o governo de Israel. De fato, na noite que aconteceu o seu discurso aos sacerdotes, ele e João foram postos na prisão.
Mas, ao falar, suas palavras foram cortantes. Ele lhes disse que o Senhor era a “pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou pedra angular”. Essa foi uma citação direta do Salmo 118.22.
Seria esse mesmo Pedro que, semanas antes, naquele mesmo lugar, diante das mesmas pessoas, se acovardara com as palavras da criada e negara ao seu Mestre? Ali estava agora, cheio do Espírito. Em completo destemor, desafiando os assassinos de Jesus.
Ele não era mais Pedro, o fraco. Mas Pedro, o poderoso. Que mudança o Espírito fizera!
Tão grande foi essa comunhão com o Espírito Santo, que Pedro desafiou diretamente a Ananias. Ele disse: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?” (At 5.3). As palavras de Pedro e os atos de Deus foram tão poderosos que sobreveio “grande temor a todos os ouvintes” (v.5).

Sua proximidade

Posso contar-lhe por experiência própria que chega a um ponto onde a comunhão com o Espírito torna-se tão real, tão profunda e tão grande que suas palavras e atos se conformam às palavras e atos d’Ele. Quando você sabe, por exemplo, que Ele foi entristecido, você fala corajosamente a favor d’Ele, sabendo que Ele está fluindo através de você nesse exato momento. Você estará tão próximo d’Ele que sentirá que Ele está respondendo ao que você disse.
Acredito que está chegando o dia em que os homens e mulheres de Deus ficarão tão perto do Espírito que irão testemunhar muito mais do que curas e milagres.
Testemunharemos o Espírito quando Ele afugentar aqueles que ousarem enfrentá-lo.
Nunca se esqueça de Ananias. Ele “caiu e expirou” (At. 5.5). E nunca se esqueça de Geazi. Ele mentiu para Eliseu a respeito dos presentes que Naamã levara. Naamã foi curado, mas o Espírito levou Eliseu a dizer “A lepra de Naamã se apegará a ti e à tua descendência para sempre” (2 Rs 5.27). E foi exatamente o que aconteceu.
Jesus fez uma poderosa declaração quando disse: “Assim como o Pai me enviou, Eu também vos envio. E havendo dito isto, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhe perdoados: se lhos retiverdes, são retidos” (João 20.21-23). Este conceito deve ter exigido muita reflexão por parte dos apóstolos.

O rosto de um anjo

Pedro era tão íntimo do Espírito que disse a seus acusadores: “Ora, nós somos testemunhas destes fatos e bem assim, o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem”. (At 5.32).
O Espírito Santo possuiu de tal forma a Estevão que, ao ser levado perante os sacerdotes, “Todos os que estavam assentados no Sinédrio, fitando os olhos em Estevão, viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo” (At 6.15). Mas, e as palavras que proferiu?
“Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis” (At 7.51). Por que ele disse isso? Em vista do que estava cheio: “Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita” (v. 55)”.
A presença do Espírito tornou-se tão poderoso na vida de Estevão que ele pôde levantar os olhos e ver a glória de Deus. Ele assumiu até as emoções e atributos do Espírito quando estava sendo apedrejado.
Estevão disse: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (At 7.60). Você pode imaginar esse tipo de reação? Ele não disse a Deus: - Julgai-os. Matai-os. – O Espírito Santo fez a diferença.
Estou convencido de que há um ponto em seu relacionamento com o Espírito quando a unção se tornar tão pesada sobre você – Sua presença tão próxima de você – que você pode levantar os olhos e ter uma visão de Deus. A realidade d’Ele chega a esse ponto.
Durante a sua dramática conversão, Saulo teve uma experiência pessoal com o tremendo poder do Espírito Santo. Quando seguia para Damasco, respirando ameaças e morte contra os seguidores de Cristo, “subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? (At 9.3-4)”.
Ele estava trêmulo e atônito. “Quem és tu, Senhor?” (v.5) perguntou Saulo. “Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas, levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer” (At 9.5-6). Os homens que viajavam com Saulo ficaram pasmos e sem fala.
Depois dessa experiência, Saulo ficou cego por três dias até que Deus o curasse e ele fosse “cheio do Espírito Santo” (v. 17).
O Espírito fez novamente uma entrada triunfal. Ele transformou Saulo, o inimigo, em Paulo, o apóstolo. De fato, o efeito fez-se sentir em toda a terra. “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número” (At. 9.31).
Fico pensando no que aconteceria se todo ministro na terra caísse prostrado e buscasse uma relação pessoal com o Espírito Santo. Acredito que isso revolucionaria de tal forma a igreja que os santuários não conseguiriam acomodar os fiéis.
Graças a Deus pelos pastores que estão “vivos” no Espírito, Mas ouvi falar de alguns ministros que, para ser honesto, serviriam melhor como agentes funerários! Uma comunhão constante com o Espírito faz a diferença. As pessoas estão buscando uma realidade que só o Espírito Santo torna possível.

Ele nunca deixa de trabalhar

A partir do Pentecostes, o Espírito começou sua obra na terra e jamais parou.
Nunca! É incrível como Ele interferiu na vida de Pedro.
Quando este orava num eirado, Deus lhe deu uma visão e, “Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito: Estão aí três homens que te procuram; levanta-te, pois, desce e vai com ele nada duvidando, porque eu os enviei” (At 10.19-20).
Os três mensageiros haviam sido enviados por um homem temente a Deus, Cornélio, centurião do regimento romano. Ele também teve uma visão: “Observou claramente ... um anjo de Deus que se aproximou dele e lhe disse ... Agora envia mensageiros a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro” (At 10.3,5).
Mas, não era o anjo que falava. Era o Espírito Santo, falando através do anjo. Você lembra?
O Espírito disse: “Eu os enviei” (vv. 19-20).
O Espírito Santo é uma pessoa ativa. Ele jamais pára de trabalhar. Ele enviará um anjo a você se é disso que precisa. O que acontece na terra é obra do Espírito. Ele é o representante do Pai e do Filho.
Pedro pregou na casa de Cornélio a morte, sepultamento e a ressurreição de Cristo.
“Ainda Pedro falava estas cousas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (At 10.4).  Os crentes em sua companhia “admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus” (vv. 45-46).  Jamais esqueça que a palavra vem em primeiro lugar.
A mensagem de Cristo tem preeminência. O evangelho é o fundamento para tudo que Deus Espírito Santo foi enviado a fazer.
O Espírito se interessa pela sua vida, até mesmo pelo seu futuro. Ele quer guiar, proteger e até advertir a você do que o espera. Você pergunta: – O Espírito Santo pode profetizar sobre as coisas que virão? Veja o que aconteceu quando Barnabé foi para a grande cidade de Antioquia. Mais de meio milhão de pessoas vivia ali, na época. Barnabé e Saulo pregaram durante um ano inteiro a um número enorme de pessoas naquela igreja que crescia com grande celeridade.
Naqueles dias desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio. Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia (At 11.27-29).
O Espírito Santo participava então de perto da sua vida diária. Ele revelou uma seca iminente e permitiu assim que se preparassem para ela. O Espírito é uma pessoa e Ele se preocupa profundamente com as pessoas. Ele sabe o que está acontecendo em sua vida e tem grande interesse por você.

O espírito e o Feiticeiro

Não está na hora de você permitir que o Espírito dirija seus passos? Por que tentar planejar seu próprio curso quando Ele conhece cada centímetro da estrada à sua frente, cada curva perigosa, cada buraco. Foi isso que os cristãos de Antioquia aprenderam: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.2). Eles responderam imediatamente:
“Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali, navegaram para Chipre” (v.4).
Os discípulos estavam fazendo a obra do Pai, mas quem os enviou? Eles receberam instruções diretas do Espírito e durante a sua jornada o Espírito não deixou de trabalhar. Ele até lhes deu poder sobre um falso profeta.
Elimas era um feiticeiro e mágico judeu. Ele tentou sustar o que o poder de Deus estava operando em Chipre. “Todavia Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?” (At 13.9-10).
Que acusação! De fato, o Espírito era tão forte em Paulo que ele informou ao feiticeiro que ficaria cego. E ficou mesmo. Mas, como resultado direto, as pessoas começaram a se voltar para Cristo. “Os discípulos, porém transbordavam de alegria e do Espírito Santo” (v 52).
Você pergunta: – Devo deixar que o Espírito Santo tome todas as decisões? Afinal de contas, Deus não me deu a capacidade de raciocinar? – É claro que deu. Mas o que faz sentido para você deve fazer também para o Espírito. O conselho da igreja de Jerusalém escreveu: “Pois, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...” (At 15.28).
O Espírito Santo irá confirmar quando as coisas estiverem certas, e você saberá qual a direção a tomar.

A mensagem e o mensageiro

Se o Espírito era tão necessário para Cristo, Ele deveria ser igualmente importante para você. Jesus nasceu do Espírito, foi ungido pelo Espírito, expulsou demônios pelo Espírito, recebeu sua plenitude pelo Espírito e operou milagres pelo Espírito. Foi pelo Espírito que Ele ensinou, deu ordens, capacitou e governou a igreja, ofereceu-se a Si mesmo na cruz, e foi ressuscitado.
“Muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servimos ao Deus vivo!” (Hb 9.14). O mesmo Espírito que mostrou-se essencial para a obra terrena de Cristo é necessário para você. Ele é indispensável.
A sua experiência de salvação está alicerçada em Cristo, na cruz e em sua confissão.
Mas, como você recebeu a realidade da sua regeneração? Como soube que seu coração tinha sido purificado? Isso, meu amigo, é obra do Espírito Santo. É o Espírito do Senhor que coloca a mensagem em sua alma. Não é possível encontrar palavras adequadas para descrever ou explicar isso, mas você sabe que é algo tão válido quanto a própria vida.
Se essa realidade é tão forte, tão profunda e tão pessoal, então quão real é aquele que proporciona? Essa é uma pergunta importante. Quão real deve ser o mensageiro já que a mensagem é assim tão real?
O Espírito Santo anseia por um relacionamento pessoal diário e contínuo com você.
Ele quer fazer uma entrada – uma entrada triunfal – em sua vida. 

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